Stuxnet – o início de uma era?

Década de 1950

“Temos algumas palavras a dizer sobre ataques nucleares. Concebemos o conceito, o evoluímos e testamos exaustivamente os artefatos e seus resultados potenciais. Nos últimos anos, dada intolerância de certas nações e sua indisposição de aceitar acordos razoáveis, fomos obrigados a empregar armas nucleares em situações reais.”

“Após o uso e verificação dos resultados, concluímos que estas armas são poderosas, muito poderosas. Talvez, poderosas demais. Durante os ataques, conseguimos atingir os objetivos desejados. No entanto, percebemos que as consequências às vezes fogem do controle. O horizonte é sombrio quando imaginamos o que aconteceria se essas armas pudéssem ser construídas e operadas por mãos erradas.”

Apesar de fictício, este é um discurso contextualizado. Em 1958, foi dado início a um processo que culminou no Tratado Internacional de Não-Proliferação de Armas Nucleares. Este tratado teve as primeiras assinaturas em 1968 e atualmente 190 nações são signatárias. A ideia é exatamente manter algum controle sobre a produção e uso de armas nucleares, e evitar que elas sejam controladas por nações descontroladas.

Armas Cibernéticas

O Stuxnet é um vírus de computador que, de acordo com o NY Times, foi criado deliberadamente pelos governos dos EUA e Israel com o objetivo de desestabilizar a indústria nuclear iraniana. Apesar de ter uma opinião, não quero julgar o mérito do ataque. No entanto, acredito que se cria um precedente enorme para a utilização desse tipo de tática. O caso se assemelha muito à proliferação das armas nucleares nos aspectos de descontrole e mãos-erradas. É provável que nas próximas décadas precisemos de algum mecanismo internacional para controlar e vigiar as ações de guerra cibernética. Não tenho ideia de como faríamos isso, mas será necessário.

Década de 2020

“Temos algumas palavras a dizer sobre ataques cibernéticos. Concebemos o conceito, o evoluímos e testamos exaustivamente os artefatos e seus resultados potenciais. Nos últimos anos, dada intolerância de certas nações e sua indisposição de aceitar acordos razoáveis, fomos obrigados a empregar armas cibernéticas em situações reais.”

“Após o uso e verificação dos resultados, concluímos que estas armas são poderosas, muito poderosas. Talvez, poderosas demais. Durante os ataques, conseguimos atingir os objetivos desejados. No entanto, percebemos que as consequências às vezes fogem do controle. O horizonte é sombrio quando imaginamos o que aconteceria se essas armas puderem ser construídas e operadas por mãos erradas.”

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